sábado, 3 de novembro de 2012

Férias, licença-maternidade e descanso semanal remunerado são exemplos de direitos garantidos pela legislação brasileira às trabalhadoras domésticas. No entanto, muitos outros direitos não fazem parte do cotidiano dessas profissionais que vivem, em sua maioria, na informalidade. Menos de três em cada 10 trabalhadores domésticos tem carteira assinada. Isso equivale a 29% de um universo que reúne 6,2 milhões de brasileiras. Há três anos, a situação era ainda pior: apenas 26% eram formalizadas.


Os dados fazem parte de um levantamento produzido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011, apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há uma semana.

Segundo a coordenadora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Márcia Vasconcelos, embora o Brasil tenha uma legislação específica para a categoria considerada avançada, principalmente se comparada aos demais países da América Latina, a implementação dos direitos dessa parcela de trabalhadoras ainda é limitada. "Ainda existe no País uma mentalidade que reflete a dificuldade de enxergar o trabalho doméstico remunerado como profissão e que o trabalhador que o desempenha deve ter todos os seus direitos garantidos. As conquistas para essa parcela de trabalhadores, se comparadas às voltadas a outras categorias, ocorrem de maneira mais lenta", enfatizou.

Entre as principais dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores domésticos no Brasil, segundo Márcia Vasconcelos, estão a baixa cobertura da proteção social, as remunerações que, com a alta informalidade, acabam sendo com frequência inferiores ao salário mínimo em algumas regiões, e as excessivas jornadas de trabalho.

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