segunda-feira, 21 de março de 2011

No início das aulas nas universidades, jovens calouros investem no estudo mas não esquecem da solidariedade



Entrar para a faculdade, conscientes de que é preciso no futuro retribuir à sociedade a educação recebida e de, no presente, ser solidários com os que sofrem. Essa é a experiência proposta pelos alunos do nível médio no Colégio Castelo IV, de Rio das Ostras (RJ) que obteve 15 aprovações neste ano, sendo nove em instituições públicas. Um desses alunos é Alain Lougon Passos Catein, quarto colocado em Artes Cênicas/Direção Teatral na UFRJ, onde a relação candidato-vaga era próxima de 20.

“Ainda não tenho nada no papel, mas um dos meus objetivos é ter, paralelamente a trabalhos com os quais eu possa me manter, um projeto que una teatro e promoção social”, afirma Alain. Já Juliana Muniz Hottz, aprovada em sexto lugar para Psicologia na UFF/Rio das Ostras, afirma que, quando formada, reservará um horário para prestação de atendimento gratuito a pessoas que não possam pagar. “Sempre fui interessada em atividades solidárias e como profissional, não serei diferente”, diz ela.

Estimular a solidariedade com os mais necessitados faz parte do projeto pedagógico do Colégio Castelo IV. Juliana e Alain lembram das gincanas promovidas pela escola, que estimulam o conhecimento, mas também o sentimento fraterno, incentivando a arrecadação de donativos para comunidades carentes. Outro exemplo é a “Campanha Meu S é de Solidariedade”, realizada em toda a Rede Salesiana de Escolas (RSE), à qual pertence o Castelo IV, na qual as unidades que reuniram mais doações ganharam equipamentos de informática.

O bom desempenho nos estudos, visto como parte de um processo integral que envolve a educação não só para a solidariedade, mas para a ética, a responsabilidade ambiental e os valores culturais e familiares também faz parte da visão da RSE, que dá ainda espaço ao esporte como meio de integração, saúde e aprendizado. “Essa visão faz com que os alunos deem a devida importância ao sucesso escolar, mas num processo natural, sem esquecer dos outros aspectos da vida” afirma a professora Fernanda Medeiros, da equipe pedagógica do Colégio.

A RSE nasceu da iniciativa de Dom Bosco (1815-1888), que enfrentou a exploração do trabalho infantil em Turim, na Itália do século XIX. Em 1846, ele passou a acolher meninos abandonados e a apoiar famílias em dificuldade para criar seus filhos, seguido a partir de 1846 por Madre Mazzarello (1837-1881), que fez o mesmo com meninas. Hoje, os salesianos estão presentes em 131 países. No Brasil, onde eles chegaram há mais de 120 anos, a Rede tem 114 escolas com 90 mil jovens e crianças em todas as regiões.

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