A delegada Martha Rocha tomou posse, na tarde desta sexta-feira, no cargo de chefe de Polícia Civil, na Academia de Polícia Civil Sylvio Terra (Acadepol), no Centro do Rio. O delegado Allan Turnowski não foi à cerimônia e mandou um representante. A delegada disse que o cargo é "o maior e mais importante desafio" da sua vida e que vai combater as milícias.
"Em 2007, atuei no cambate contra as milícias. Se como delegada tive essa preocupação, automaticamente essa também será uma preocupação da Polícia Civil agora. Não há área ou território intocável", afirmou.
Segundo Martha, a lisura está sendo fundamental na escolha da nova equipe. "A gente está buscando experiência e uma função ética para preenchimento dos cargos", disse a delegada, a primeira mulher no comando da corporação.
"Ao longo da minha vida, como mulher e policial, presenciei as mais diversas situações. Passei por vários lugares, fiquei noites sem dormi, busquei a imparcialidade e após 28 anos como policial civil, cheguei ao posto pelo qual nunca imaginei chegar", falou.
A delegada também afirmou que exigirá uma corregedoria pró-ativa. Segundo ela, essa foi a condição para manter Gilson Emiliano no cargo de corregedor. Sobre as investigações na Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), deflagrada por Turnowski contra o delegado Cláudio Ferraz, ela disse que pediu ao corregedor que fosse dado prosseguimento ao inquérito.
Martha disse que a Draco é subordinada à Secretaria de Segurança Pública do Rio e que caberá ao secretário José Mariano Beltrame decidir o futuro de Ferraz. A delegada preferiu não comentar sobre a situação de Turnowski. "Não quero comentar. O delegado teve a sua tragetória na polícia e, no momento certo, diante das informações definitivas, vamos nos pronunciar", disse.
Em nota, Allan Turnowski pediu desculpas pela ausência na cerimônia e afirmou estar passando por um "momento difícil". "As oportunidades desse momento histórico que o Rio está passando não se repetem", afirma a nota lida por Fernando Albuquerque, ex-subchefe da Polícia Civil.
O secretário Beltrame disse que a nova chefe de polícia é a pessoa ideal para dar seguimento ao trabalho: "A delegada Martha Rocha chega efeitvamente aliada com nossas propostas, em um momento que a polícia passa por mudanças e transformações. Não vamos perder o que foi conquistado e nós vamos avançar. Dra. Martha Rocha, a senhora tem o meu apoio", declarou Beltrame que agradeceu o trabalho realizado por Allan Turnowski.
Com a posse de Martha Rocha, uma verdadeira "dança das cadeiras" deve acontecer praticamente em todas as delegacias do Estado, já que o Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, teria dado uma ordem para que fossem trocados os nomes ligados a Alan Turnowski.
Nesta manhã, a chefe da Polícia Civil esteve na cerimônia de passagem de comando da Força de Pacificação dos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Conheça a nova cúpula
Martha anunciou nesta quinta mais nomes de delegados que vão compor o primeiro escalão da instituição. Para o Departamento de Polícia Especializada (DPE), o escolhido foi Marcio Franco, enquanto Ricardo Dominguez será o diretor do Departamento de Polícia da Capital. O Interior (DPI) ficará a cargo de João Batista Byron, e a Baixada Fluminense (DPB), com Tércia Amoedo. Esta última escolha foi surpreendente, já que Martha havia determinado que apenas delegados de 1ª classe ficariam nas unidades especializadas, da capital e no prédio da Chefia.
Depois de confirmar que manterá o delegado Gílson Emiliano à frente da Corregedoria (Coinpol), Martha Rocha decidiu pela permanência de outro nome da gestão Allan Turnowski: o do diretor de Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), o perito Sergio Henriques. Também ficam em seus cargos Andrea Menezes, à frente da Coordenadoria de Inteligência (Cinpol), e André Drummond, do Departamento Geral de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (DGTit).
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