segunda-feira, 14 de março de 2011

Milhões ficam sem luz no Japão

Companhia Tokyo Electric Power dá início aos cortes de eletricidade planejados em áreas próximas à capital do Japão

Milhões de moradores das áreas mais afetadas pelo terremoto na região nordeste do Japão permanecem sem água, comida, eletricidade e gasolina há quatro dias. Segundo a agência de notícias Kyodo News, mais de 500 mil pessoas estão desabrigadas em consequência do terremoto e do tsunami que atingiram o país na última sexta-feira.
As redes de comunicação ainda estão fora do ar em muitas áreas, impedindo que as pessoas possam contactar seus familiares dentro e fora do país. Filas quilométricas se formam em supermercados e postos de gasolina para conseguir suprimentos. Nos abrigos improvisados, milhares sofrem com as baixas temperaturas do inverno.
O governo japonês deslocou 100 mil soldados para ajudar na distribuição de 120 mil cobertores, 120 mil garrafas de água, toneladas de comida e 111 mil litros de gasolina aos afetados pela catástrofe.
Nesta segunda-feira, a companhia de eletricidade Tokyo Electric Power (Tecpo) deu início aos cortes de eletricidade planejados em áreas próximas à capital, para evitar blecautes. Segundo a Kyodo News, os esforços da região para economizar energia permitiram adiar a operação, que estava prevista para começar no início da manhã, mas só teve início às 17h, no horário local.
O plano, que não tem precedentes na história do país, prevê suspensões de energia durante 3 a 6 horas em regiões alternadas até o fim de abril.
Estima-se que cerca de 45 milhões de pessoas em Tóquio e em outras oito províncias serão afetadas pelos cortes. No entanto, a área central de Tóquio será poupada, já que os escritórios do governo e muitas sedes de empresas funcionam no local.


Explosões
Também nesta segunda-feira, o sistema de resfriamento de mais um reator da usina nuclear de Fukushima voltou a sofrer uma pane, aumentando o risco de superaquecimento, segundo a Kyodo News. Um operador da instalação informou que as barras de combustível do reator nuclear número 2 ficaram completamente expostas, quando a bomba que injetava água do mar para resfriar a instalação parou de funcionar.
Horas antes, os técnicos haviam conseguido estabilizar a situação de superaquecimento com as medidas de emergência, depois que problemas semelhantes causaram explosões nos reatores 1 e 3 da usina.

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