sábado, 12 de janeiro de 2013

Os índios que ocupam o prédio do antigo Museu do Índio prometem fazer uma resistência pacífica a qualquer tentativa de remoção. "Eles (a polícia) estão cheios de armas, cães e carros, mas não vamos entrar nisso. Vamos discutir apenas com o que temos, a nossa vida", disse o cacique Carlos Tucano, líder dos índios. O governo do Estado pretende demolir o museu para aumentar a área de estacionamento e melhorar o acesso ao Estádio do Maracanã.


Às 18h, a polícia desfez os cerco - que durava mais de 12 horas - aos indígenas. Segundo o tenente Melo, que comandou a ação, era esperado um mandado judicial para remover cerca de 60 índios que ocupam o local há vários meses. Conforme o defensor público da União Daniel Macedo, se a decisão judicial chegar depois das 18h, o batalhão nada poderá fazer até segunda-feira. "Pelo código penal, existe o entendimento de que não se pode cumprir um mandado depois deste horário", afirmou. O tenente Melo confirmou a informação.
Uma comissão liderada pelo deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) tentou demover os policiais de manter o cerco. "Se o juiz não emitiu uma decisão até às 17h, por que emitiria até as 18h? Não faz nenhum sentido fazer este cerco se não há uma decisão judicial", emendou o deputado Freixo. "O governo estadual está passando uma grande vergonha. Já passou uma vez quando disse que a demolição era exigência da Fifa e a própria entidade desmentiu. Agora porque está mantendo um batalhão aqui sem função nenhuma."
"A gente passou o dia inteiro aqui sem necessidade. Não tem explicação. Se não havia uma ordem judicial para desocupar a área, não tinha porque armar este cerco todo", disse o deputado.
A espera de um mandado fica assim para a segunda-feira. O governo estadual, dono da área, passa por cima de uma resolução do conselho de tombamento do município, segundo a Defensória Pública da União. "Para se destruir um prédio construído antes de 1938, é preciso haver autorização do tombamento, e ele não autorizou", disse Macedo.
O governo estadual não enviou nenhum representante para o local além do Batalhão de Choque e não emitiu nenhum comunicado sobre a previsão de demolição do prédio.

Nenhum comentário: