“Desliga o carro, motorista!”, grita o policial militar de dentro de uma  Blazer, ao lado de quatro colegas, para o carro da frente, onde estão dois  homens. Eles saem do carro, são revistados e liberados em menos de dois minutos.  Sem tiros ou sustos, a abordagem-padrão faz parte do treinamento de soldados no  Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), em Sulacap, Zona Oeste do  Rio. Ela faz parte do esforço da PM de acabar com a cultura do “atira primeiro e  pergunta depois”, do tempo da gratificação faroeste — bônus por bravura pago  entre 1995 e 1998.
Há uma semana, o terceiro-sargento Márcio Perez Oliveira atirou e matou o  estudante Rafael Costa, de 17 anos, em Cordovil. O policial confessou o crime e  disse ter atirado após confundir o estouro de um pneu furado do carro com um  disparo.
Apesar do erro do PM ter causado uma discussão sobre a formação da tropa, o  comando da corporação nega que haja problemas na capacitação de seus homens. E  vai passar a botar 500 novos soldados nas ruas a cada mês no ano que vem, o  dobro da velocidade atual.
— A Polícia Militar mata muito menos do que matava anos atrás. Essa cultura  vem mudando com o tempo, e ainda vai mudar muito. Você pode ver que, hoje em  dia, as operações policiais nos morros têm resultados, presos, apreensões. Já  não são matanças — afirma o comandante-geral da PM, coronel Erir Ribeiro da  Costa Filho.
sábado, 3 de novembro de 2012
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