sábado, 3 de novembro de 2012

O 1º vice-presidente do Senado, Anibal Diniz (PT-AC), leu, no início da sessão plenária da quarta-feira, o requerimento de prorrogação, por mais 48 dias, dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.

Para o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o prazo aprovado, considerado exíguo, torna inviável realizar as quebras de sigilo de cerca de 30 empresas de fachada que, de acordo com a Polícia Federal, teriam recebido recursos públicos repassados pela empreiteira Delta Construções. Alvaro Dias disse considerar que a decisão, na prática, decreta o fim das investigações."O que se faz agora é decretar o fim dessa comissão. Há um simulacro de prorrogação. A prorrogação que se anuncia agora não é suficiente para avançar nas investigações", criticou o senador.Com o encerramento dos trabalhos da CPI ainda neste ano, Alvaro Dias avalia que a comissão está "jogando o lixo para baixo do tapete".Na opinião do senador, o governo apenas usou a CPI para desviar as atenções do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "O objetivo da instalação desta CPI era ferir o partido de oposição em Goiás, o PSDB. E era, se possível, desviar as atenções da opinião pública desse memorável julgamento do mensalão. O que se verifica agora é que não desejam investigar para valer", disse.Ao comparar a atuação dos ministros do Supremo no julgamento e dos parlamentares na CPI do Cachoeira, Alvaro Dias afirmou que os primeiros, pela seriedade, se tornaram "ídolos" da população, enquanto o segundo grupo ficou devendo no combate à corrupção.Segundo Aníbal Diniz, o requerimento contém o número regimental exigido de assinaturas - 27 senadores e 171 deputados - e será publicado no próximo Diário do Senado. Também será feita a comunicação à Câmara dos Deputados.

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