segunda-feira, 12 de novembro de 2012

No próximo dia 19, o destino do goleiro Bruno Fernandes e de outros quatro acusados de participarem do assassinato da jovem será traçado por sete jurados. Durante três semanas, tempo que deve durar o julgamento, a história que terminou em uma das investigações de maior repercussão nacional será repassada por testemunhas e pelos próprios protagonistas desse enredo - ainda cheio de cenas a serem reveladas.

Depois de dois anos e cinco meses, o desaparecimento e a morte de Eliza Samudio podem, finalmente, ter um desfecho. 

O sumiço de Eliza foi ocultado durante 14 dias. O plano parecia ter sido perfeito até que, no dia 24 de junho de 2010, a polícia recebeu uma denúncia anônima de que uma mulher havia sido espancada até a morte no sítio do jogador, em Esmeraldas, na região metropolitana da capital. Foi a partir desse momento que o caso começou a ser investigado e ganhou as páginas da imprensa.

Tanto para a polícia quanto para o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Eliza foi assassinada e o homicídio foi minimamente planejado e calculado por Bruno e o seu braço-direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão. Na versão da acusação, após atraírem a moça para Minas Gerais, em 5 de junho, Macarrão e o primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, então adolescente, levaram Eliza para o sítio.

Ela e o filho, Bruno Samudio, hoje com 2 anos, permaneceram na casa, em cárcere privado, por cinco dias. Depois, Eliza e a criança foram levadas por Macarrão e Jorge para a residência do ex-policial civil, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, na Grande BH.

A ex-namorada do goleiro teria sido morta asfixiada pelo homem apontado como matador profissional. O corpo nunca foi encontrado. As investigações apontam que Macarrão pagou R$ 3.000 para Bola executar o "serviço". Além de Bruno, Bola e Macarrão, que respondem pelo homicídio, a ex-mulher do jogador, Dayanne Souza, e a ex-namorada dele, Fernanda de Castro, também irão a júri. As duas, por sequestro e cárcere privado.

Depois da denúncia anônima, em pouco tempo, a polícia achou os rastros. O maior deles era Bruninho. O bebê foi encontrado em Contagem, após ter sido cuidado por Dayanne. Para a polícia, a motivação do goleiro foi a insistência de Eliza para que ele assumisse a paternidade do menino. Ele se negava a pagar a pensão e a fazer um exame de DNA. Para a promotoria, Bruninho era "os ovos da galinha de ouro de Eliza", e ela jamais o abandonaria. O jogador e os demais envolvidos negam os crimes.

Buscas. Dezenas de buscas para encontrar o corpo de Eliza foram realizadas. A polícia percorreu 11 locais, muitos deles, mais de uma vez. Cinco cidades da região metropolitana foram vasculhadas - Betim, Contagem, Ribeirão das Neves, Esmeraldas e Vespasiano -, além da capital.

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