sábado, 17 de novembro de 2012

As polêmicas que envolvem o desaparecimento de Eliza Samudio, um elemento chama a atenção: cartas manuscritas. Numa época em que quase um terço da população mundial está conectada à internet e usa o e-mail como uma das principais formas de comunicação, chega a ser curioso o uso do antigo método via ECT. Desde o início das investigações, várias correspondências foram entregues à polícia, advogados de defesa e acusação e até programas de tevê. Algumas traziam informações supostamente reveladoras.

 Outras tinham notório apelo emocional. Por serem redigidas à mão, transmitem a pessoalidade que o meio eletrônico não oferece. Mas, ainda assim, a validade desses documentos, que certamente serão citados durante o julgamento de cinco dos sete réus, que começa na próxima segunda-feira.

Controvérsias
Mais ajuda quem não atrapalha, diz o ditado. O que a maioria das cartas relacionadas ao chamado Caso Bruno fez foi dificultar as investigações ou, apenas, estimular a imaginação de muita gente. A primeira carta que surgiu, por exemplo, foi entregue a uma emissora de TV um mês depois que o sumiço de Eliza começou a ser investigado. A autora, uma suposta faxineira, dizia ter trabalhado no sítio do goleiro Bruno Fernandes enquanto a modelo e o filho dela eram mantidos reféns. Ela desmentia as primeiras apurações a respeito de quem executou a vítima. A Polícia Civil tinha a informação de que o assassino era um homem baixo, branco e forte, características de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Porém, na correspondência a mulher o descrevia como alto, magro e negro, a quem chamou pelo nome de Emerson. À época, o então chefe do Departamento de Investigações, delegado Edson Moreira, afirmou que a carta era "apócrifa, sem valor de testemunho”.

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