quinta-feira, 15 de novembro de 2012

A Justiça negou, nesta terça-feira (13), pedido de absolvição ao psiquiatra e psicanalista Heverton Octacílio de Campos Menezes, de 62 anos, acusado de racismo contra Marina Serafim dos Reis, 25 anos, funcionária de um cinema em shopping da Asa Norte. A defesa solicitou ainda que o processo corresse em sigilo devido à possível repercussão na mídia, mas também não obteve sucesso.

 Em 29 de Abril, um domingo, Heverton teria se atrasado para uma sessão à tarde e teria tentado passar à frente na fila. A bilheteira Marina Serafim, então, teria se recusado a atendê-lo e o homem, exaltado, teria disparado ofensas racistas contra a jovem. Funcionários e outros clientes teriam chamado a polícia, mas o acusado fugiu rapidamente do shopping e saiu de carro, como mostram as imagens do circuito interno de segurança do local. Ele foi identificado três dias depois por agentes da 5ª Delegacia de Polícia (Setor Bancário Norte), que teriam analisado as filmagens.

A defesa afirma que o idoso só atacou verbalmente a moça após ter sido negado a ele o atendimento preferencial. Isso teria, portanto, dado ao homem direito de retorsão, presente no Código Penal, que prevê a não aplicação da pena quando a ofensa é uma resposta a outra. O advogado também colocou em pauta a capacidade da moça de exercer a profissão já que, inicialmente, ela teria identificado Heverton como um homem de “uns 40 anos”, quando na verdade ele já passa dos 60.

Ao analisar os argumentos da defesa, o juiz da 2ª Vara Criminal afirmou não ver “qualquer das hipóteses” que autorizem a absolvição do psiquiatra. Ele acrescentou que, mesmo entrando no mérito das afirmações da defesa, isso ainda implica que o cliente realmente foi o autor do crime de racismo. Por fim, afirmou que caso o idoso realmente tenha se sentido injustiçado, que registre denúncia em uma delegacia ou junto ao Ministério Público.

Nenhum comentário: