A Justiça de Jersey, paraíso fiscal europeu, determinou a devolução de dinheiro desviado de obras públicas em São Paulo durante a gestão do então prefeito Paulo Maluf.

A culpa de Paulo Maluf no desvio de dinheiro das obras da Avenida Água Espraiada foi determinada especialmente por dois motivos. Na decisão anunciada nesta sexta-feira, 16, a Corte Real de Jersey concluiu que o ex-prefeito paulistano, Paulo Maluf, e seu filho, Flávio Maluf, são culpados especialmente pela série de evidências que ligam o dinheiro que saiu ilegalmente do Brasil para as contas de empresas da família na ilha.
E, mais que isso, essas companhias offshore não rejeitaram, nem reclamaram o recebimento desse dinheiro. "A ligação entre os pagamentos não poderia ser mais clara", cita a decisão da Corte.
"Os réus não fizeram, na prática, a contestação sobre os fundos em questão que foram transferidos posteriormente da Durant para a Kildare", diz a decisão que destaca várias vezes o fato de que a defesa se limitou a questionar a autenticidade e a importância de evidências, sem, de fato, apresentar provas para livrar a culpa das empresas da família Maluf do recebimento de dinheiro desviado.

A Corte chama atenção para o fato de que, em nenhum momento, Maluf e Flávio foram às sessões durante o processo para se defender.