Superfaturada, vale até injeção em dose dupla: CPI denuncia escândalos da saúde em Nova Friburgo
Macarrão, arroz, feijão, salada, farofa e carne. O almoço dos quase mil funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã, da Unidade de Pronto Atendimento e do Posto de Saúde de Nova Friburgo, na Região Serrana, poderia ter sido menos modesto em $2011. Com os R$ 945 mil, pagos pela Fundação Municipal de... Saúde (FMS) à Mansan Alimentos pelo fornecimento de quentinhas, nos 90 dias que se seguiram à tragédia das chuvas, cada funcionário poderia ter se fartado numa churrascaria da cidade, a cada dois dias, por R$ 21,90, preço do rodízio lá.
O relatório de uma CPI, concluído em dezembro pela Câmara de Vereadores de Friburgo, mostra como a prefeitura e pelo menos 21 grandes empresas abocanharam a verba de R$ 22 milhões, destinada pelos governos federal e estadual e por doações à recuperação do município, após a catástrofe das chuvas, há pouco mais de um ano.
A acusação de superfaturamento da Mansan Alimentos é apenas um item da lista de escândalos que já levaram o Ministério Público a denun$a ex-secretária de Saúde Jamila Calil pelos crimes de formação de quadrilha, dispensa ilegal de licitação e peculato (quando o servidor público tira proveito na administração de verbas).
Total de 364 mil seringas
Outras denúncias envolvem as empresas Miracema, Topsky, Telemedic e Getfarma, com contratos de compra de material médico no valor de R$ 2.879 milhões, sem nunca terem concorrido a licitações. Elas anexaram docu$com datas rasuradas, sem carimbos e com datas discordantes.
As encomendas são uma imoralidade à parte: em fevereiro, a FMS comprou, para o período de três meses, quantidade de seringas suficiente para atender ao dobro da população friburguense (182 mil habitantes). A Spectru Instrumental e a Medsystem Comércio receberam, também sem licitação, R$ 1,5 milhão para fazer a manutenção de equipamentos em hospitais municipais.
De grão em grão, quase R$ 1 milhão
O esquema de manutenção de equipamentos hospitalares, que a prefeitura mantém até hoje, tornou-se um dos principais alvos da CPI.
— Acredito que esse esquema também exista em outras cidades — pontua Pierre Moraes, vereador e relator da CPI em Friburgo.
Usando o cálculo de uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas sobre o prazo de manutenção sugerido para cada tipo de item, Nova Friburgo desperdiça R$ 1 milhão por ano.
O atual contrato com a Medsystem Comércio cobre desde o seguro de aparelhos mais complexos — como desfibriladores — até o de lâmpadas incandescentes.
Macarrão, arroz, feijão, salada, farofa e carne. O almoço dos quase mil funcionários do Hospital Municipal Raul Sertã, da Unidade de Pronto Atendimento e do Posto de Saúde de Nova Friburgo, na Região Serrana, poderia ter sido menos modesto em $2011. Com os R$ 945 mil, pagos pela Fundação Municipal de... Saúde (FMS) à Mansan Alimentos pelo fornecimento de quentinhas, nos 90 dias que se seguiram à tragédia das chuvas, cada funcionário poderia ter se fartado numa churrascaria da cidade, a cada dois dias, por R$ 21,90, preço do rodízio lá.
O relatório de uma CPI, concluído em dezembro pela Câmara de Vereadores de Friburgo, mostra como a prefeitura e pelo menos 21 grandes empresas abocanharam a verba de R$ 22 milhões, destinada pelos governos federal e estadual e por doações à recuperação do município, após a catástrofe das chuvas, há pouco mais de um ano.
A acusação de superfaturamento da Mansan Alimentos é apenas um item da lista de escândalos que já levaram o Ministério Público a denun$a ex-secretária de Saúde Jamila Calil pelos crimes de formação de quadrilha, dispensa ilegal de licitação e peculato (quando o servidor público tira proveito na administração de verbas).
Total de 364 mil seringas
Outras denúncias envolvem as empresas Miracema, Topsky, Telemedic e Getfarma, com contratos de compra de material médico no valor de R$ 2.879 milhões, sem nunca terem concorrido a licitações. Elas anexaram docu$com datas rasuradas, sem carimbos e com datas discordantes.
As encomendas são uma imoralidade à parte: em fevereiro, a FMS comprou, para o período de três meses, quantidade de seringas suficiente para atender ao dobro da população friburguense (182 mil habitantes). A Spectru Instrumental e a Medsystem Comércio receberam, também sem licitação, R$ 1,5 milhão para fazer a manutenção de equipamentos em hospitais municipais.
De grão em grão, quase R$ 1 milhão
O esquema de manutenção de equipamentos hospitalares, que a prefeitura mantém até hoje, tornou-se um dos principais alvos da CPI.
— Acredito que esse esquema também exista em outras cidades — pontua Pierre Moraes, vereador e relator da CPI em Friburgo.
Usando o cálculo de uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas sobre o prazo de manutenção sugerido para cada tipo de item, Nova Friburgo desperdiça R$ 1 milhão por ano.
O atual contrato com a Medsystem Comércio cobre desde o seguro de aparelhos mais complexos — como desfibriladores — até o de lâmpadas incandescentes.
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