Segundo a família, o velório está agendado para quinta (29), das 10h às 15h, no cemitério Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio de Janeiro. O escritor será cremado. No ano passado, ele foi internado duas vezes na Casa de Saúde São José, no Humaitá. Além de escritor, ele também se dedicou ao desenho, à dramaturgia e ao jornalismo.
Millôr era filho de imigrante espanhol e teve uma infância difícil. Depois de perder os pais muito cedo, ele e os irmãos foram morar com um tio materno. Ele começou a colaborar com a revista O Cruzeiro aos 14 anos. Sua primeira exposição de desenhos foi no Museu de Arte Moderna, em 1957. No fim dos anos 1960, teve destaque ao fundar o revolucionário jornal "O Pasquim", um dos veículos a fazer oposição à ditadura militar. Na imprensa alternativa, também é lembrado por ser o criador do jornal Pif Paf, que durou apenas oito edições.
Nos anos seguintes, Millôr escreveu peças de teatro e se tornou o principal tradutor das obras do britânico William Shakespeare no Brasil. Ainda passou para português textos clássicos de Sófocles, Molière, Bertold Brecht e Tennessee Williams. Foi colaborador da revista "Veja" e de vários jornais, entre eles, "O Globo" e "O Estado de São Paulo". Desde 2000, ele – que se chamava de "escritor sem estilo" – mantinha um site pessoal, em que escrevia textos de humor e cartuns, além de reunir trabalhos dos últimos 50 anos. Seu perfil no microblog Twitter já tinha mais de 285 mil seguidores.
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