quarta-feira, 18 de maio de 2011

Mulher mais velha do mundo gosta de feijoada e detesta picuinha

O ano era 1896. O atual Estado do Acre ainda era um território da Bolívia. A rainha da Inglaterra era a rainha Vitória, avó da atual rainha, Elizabeth 2ª. O futebol tinha acabado de chegar ao Brasil. E no dia 9 de julho daquele ano Maria Gomes Valentim nascia na zona rural de Carangola, a 357 quilômetros de Belo Horizonte. Chamada carinhosamente pelos parentes de vó Quita, ela tem 114 anos e foi reconhecida pelo Guinness World Record, o livro dos recordes, como a mulher mais velha do mundo.

A supercentenária de Minas Gerais possui três netos, sete bisnetos e cinco trinetos. Ela se casou em 1913 (quatro anos antes da Revolução Russa), aos 17 anos. Contrariando o costume de ter muitos filhos, vó Quita teve apenas um, que já morreu. Os cinco irmãos dela também já morreram e ela possui apenas um sobrinho vivo. “O pai dela viveu muito, até quase 100 anos”, conta a bisneta Taís Nolasco.
Taís conta também que vó Quita passou grande parte da vida de forma independente. Seu marido já morreu em 1946 (um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial). Ela não se casou novamente. “A vó sempre foi uma dona de casa informada, sempre assistiu TV e sempre gostou muito de passear. Sempre foi muito bem humorada, é uma pessoa lúcida até hoje. Ela sabe o que quer”, diz a bisneta.

Tais lembra que vó Quita sempre comeu verduras e frutas, mas não deixou de lado as delícias da culinária mineira. “Ela gosta de feijoada, pizza, coxinha, quibe, mas sempre deu preferência às verduras”.
Filha de fazendeiro, gostava muito de andar a cavalo, de cozinhar - preparava os pratos da família até completar 100 anos - e de caminhar. Com dificuldades para se locomover após sofrer uma fratura no fêmur, hoje ela vive em uma cadeiras de rodas. Uma das suas poucas reclamações é por passar tempo demais sentada. Devota de Nossa Senhora de Aparecida, costumava ir à missa diariamente.
Jane Ribeiro Moraes, 63 anos, neta de vó Quita, acha que o segredo da longevidade é viver de forma tranquila, sem grandes preocupações. “Ela sempre gostou de ter a liberdade dela, ir aos bailes. Morou sozinha muito tempo. Também sempre gostou muito de plantas e sempre foi muito vaidosa”, conta.
Além de lembrar que vó Quita nunca deixou de lado as delícias da culinária mineira, Jane destaca que a avó sempre gostou de beber um vinho. E repete aos quatro ventos que o segredo da vida longa é preocupar-se com a própria vida e não com a vida alheia. “Ela nunca teve picuinha, nunca teve essa coisa de guardar raiva, porque isso pesa na vida, ela fala isso sempre que pode", finaliza a neta.

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