segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Perdas na Cidade do Samba no Rio podem chegar a R$ 8 milhões


O administrador da Cidade do Samba, Aílton Guimarães Jorge Júnior, disse acreditar que podem chegar a R$ 8 milhões as perdas das três escolas de samba que tiveram seus barracões atingidos pelo fogo na manhã desta segunda-feira. As escolas, porém, ainda não divulgaram suas estimativas.

Foram atingidos os barracões da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) e das escolas União da Ilha, Portela e Grande Rio.

A Grande Rio foi a agremiação mais atingida --parte do barracão da escola chegou a desabar. Para Júnior, apenas nessa escola os prejuízos devem chegar a R$ 5 milhões. "Só um carro alegórico não sai por menos de R$ 500 mil", disse.
Com o fim do fogo, Integrantes da Grande Rio puxavam, por volta das 10h40, para o pátio interno do complexo, carros alegóricos que não foram totalmente consumidos pelo fogo.
Ao todo, há 14 barracões na Cidade do Samba. Os bombeiros suspeitam que o fogo tenha começado no setor da Liesa ou da União da Ilha.

INCÊNDIO


O incêndio na Cidade do Samba teve início por volta das 7h e foi controlado cerca de três horas depois. O aderecista Saimon Garcia, 26, contou que saltou do quarto andar da Cidade do Samba para escapar das chamas que atingem o local desde cerca de 7h.

Garcia contou que tinha trabalhado até cerca de 3h30 da manhã no barracão da Grande Rio, para adiantar as fantasias para o desfile. Cansado, acabou dormindo no local.

"Acordei por volta das 7h e já estava tudo pegando fogo. Olhei para a televisão, vi as imagens da cidade do samba e ouvi o repórter dizer que a Grande Rio era uma das atingidas. Comecei a gritar, fiquei no maior desespero, mas não consegui descer pelas escadas. Então me joguei do quarto andar e caí, não sei como, num carro alegórico", contou ele, chorando muito.

Já o artista plástico Adson Amazonas, 33, da União da Ilha, contou que usou o celular para conseguir sair do barracão da escola. "A fumaça preta veio pra cima de mim. Achei que não ia me salvar, não enxergava mais nada. Pensei que fosse morrer. Usei o celular para enxergar a escada. A luz do aparelho iluminou a escada. Eu não sabia onde ela estava. Ao redor já estava tudo pegando fogo. De repente uma explosão. Eu só corria", conta o artista.

DESFILE
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sugeriu que nenhuma escola de samba seja rebaixada para o Grupo de Acesso no Carnaval deste ano. A afirmação foi feita antes da reunião que teve com os presidentes das escolas afetadas pelo incêndio na Cidade do Samba, na zona portuária.

"As regras são feitas pela Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba), mas na minha opinião a gente não deveria ter nenhum escola caindo no Carnaval deste ano. Essas escolas não têm capacidade de competir com outras. Não é simples recuperar, mas elas vão entrar na avenida de qualquer jeito", afirmou Paes.

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