segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Orgulho de ser humilde
Talvez nossa idéia do que seja orgulho não combine com a figura de um missionário ou evangelista que muitas vezes é pobre e sem maiores recursos dos quais se orgulhar. Freqüentemente pensamos que o orgulho está associado à posse de riquezas e à uma vida farta, e nos deixamos enganar pela ilusão franciscana de que a pobreza nos faz mais santos. Encontraremos muitos pobres mais orgulhosos do que os ricos e muitos obreiros que, embora sofrendo privações, são tão orgulhosos que seu ministério é prejudicado e destruído
O termo orgulho, derivado do espanhol e antes do francês, tem raiz no conceito de excelência, propondo uma idéia positiva do sentimento de prazer e de grande satisfação, como diz o dicionário Houaiss, por algo de fato valioso. Contudo, em nossos dias, a idéia negativa da pessoa que considera a si mesma superior às outras, por algo que pensa ser ou ter, vai se tornando mais e mais forte. É neste sentido que muitas pessoas têm orgulho de serem humildes. Quando pensam de si mesmos como os mais pobres, os mais sofridos e até mesmo os mais ignorantes, assumem uma posição reversa de superioridade, e se apegam a esta posição sem querer deixá-la, já que lhes satisfaz a necessidade de stat
Uso a frase que nos serve de título sempre que desejo frisar a perversidade do enganoso coração humano, quando está contaminado pelo orgulho. Procurando evitar o paradoxo do orgulhar-se da pobreza, percebi, ainda na adolescência, que humildade não é menosprezar-se mas saber o exato valor que se tem. Hoje quero acrescentar que somente sabemos nosso exato valor através do benefício que produzimos para a vida de outras pessoas.
Assim, orgulho não é achar-se diferente dos outros, porque sem dúvida o somos; orgulho é achar-se diferente de si mesmo. É por isso que as Escrituras nos exortam: “Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, ao contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.” Rm 12:3. É por isso que Paulo denunciou aos orgulhosos coríntios sobre a posição deles no corpo de Cristo: primeiro ninguém pode se excluir do corpo porque não é como os outros, depois também não pode se excluir porque os outros não são iguais a si.
Mas é assim que os homens são neste final dos tempos, orgulhosos, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder. Por causa do orgulho seja da riqueza ou da miséria, seja de suposta sabedoria ou da ignorância, tais pessoas não cooperam com as outras e falham em seus projetos. O obreiro de Deus superará o orgulho quando souber e estiver consciente do que é capaz para abençoar a seus semelhantes. Isto será a verdadeira humildade.
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