Técnico do Fluminense, tetracampeão dos pontos corridos, fala sobre a importância do ser humano na campanha de um título brasileiro
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Muricy ainda faz questão de lembrar o vice-campeonato do Internacional em 2005 e que, no ano passado, brigou até a última rodada no comando do Palmeiras. Muito se dizia que a estrutura do São Paulo era a responsável pelas três conquistas consecutivas (2006 a 2008), mas a peça fundamental de toda engenharia tinha um nome determinante para fazê-la se mover.
"A estrutura é importante. Ajuda a ganhar, mas o homem ainda faz a diferença. É ele que faz a esteira se mover e a bicicleta andar. O homem, homem mesmo, não o homem mais ou menos. No Fluminense, estou ajudando a fazer isso. Não sou um cara radical, não me importo com o que o jogador faz fora do clube se ele cumpre com suas obrigações. Aqui o ambiente é bom e quando precisou de um técnico, eu fui no momento certo", afirmou Muricy.
| AE |
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| Muricy Ramalho conquistou seu quarto Campeonato Brasileiro em cinco anos |
"Às vezes, com estrelas demais tem vaidade, um dirigente que atrapalha e te obriga a trabalhar em dobro, coisas que muita gente não olha. Minha preocupação é com o trabalho. Não sei agradar, até porque não tenho jogo de cintura para isso", disse Muricy.
Mas esse jogo de cintura sobrou em Muricy no momento mais difícil do time, quando foi derrotado por 2 a 1 pelo Corinthians no Engenhão. Ali, ele conquistou de vez o grupo com um discurso sobre a conquista de 2008, quando tirou 11 pontos de vantagem que o Grêmio tinha.
"A diretoria estava afastada e só o Juvenal (Juvêncio, presidente do São Paulo) acreditava na gente. Disse aos jogadores depois daquela derrota para o Corinthians que eles deveriam acreditar. Acho que por isso eu venço, porque não desisto nunca. Esse Fluminense não é um grande time, mas é um time de guerreiros, de briga, desde o ano passado quando o Cuca ensinou esse caminho da vontade, da guerra no bom sentido, e fez muito bem isso. Só dei sequência", revelou Muricy.
A conquista com o Fluminense é considerada especial pelo treinador. Lesões, falta de um campo em boas condições para treinar e o fechamento do Maracanã são apontados por ele como motivos para transformar a campanha em saga. Por isso, não esquece dos coadjuvantes.
"A torcida tem que agradecer demais a Marquinho, Tartá, Julio César, Cássio, André Luís, Rodriguinho e tantos outros. Eles não são estrelas nem aparecem muito, mas, na hora em que os feras ficaram dois meses fora, seguraram a bronca. Não fosse por eles, o Fluminense não seria campeão", decretou o treinador.
Nem a seleção brasileira foi capaz de mudar o rumo de Muricy, que naquele momento já havia passado por Laranjeiras e Portuguesa da Ilha na tentativa de encontrar um campo adequado para treinar. Sua palavra ao Fluminense pesou, pois havia se comprometido com o clube até 2012.
"A seleção é um sonho, mas não pode ser assim. Não poderia dar as costas para essa torcida, para o Rio de Janeiro, o Celso Barros, que fez de tudo para me contratar, um presidente, jogadores por causa de um sonho", comentou Muricy.
A recompensa veio em forma de título, mas agora ele terá tempo para aproveitar outras benesses da cidade oferecidas em verso e prosa por músicos consagrados. Afinal, como disse o próprio treinador, é impossível dizer não a Ipanema.
"Vivo disso e sou bem pago para dar retorno. Mas nas horas vagas preciso aproveitar. Quem não quer viver no Rio, andar em Ipanema? Quem não quer morar em Ipanema tem que mudar de país", afirmou Muricy.


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