sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Prisão federal deve receber chefes do crime de São Paulo

Os governos federal e de São Paulo vão atuar juntos para conter a onda de violência que atinge o estado. A parceria foi acertada ontem em um telefonema que a presidenta Dilma Rousseff fez ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para oferecer ajuda.

De acordo com o governo de São Paulo, ficou definido que chefes do crime organizado serão transferidos para presídios federais. Detalhes das transferências e outras parcerias devem ser discutidos em reunião que será realizada na próxima semana. Dilma e Alckmin acertaram que o acordo terá o mesmo status que parcerias para as obras de infraestrutura, habitação popular e combate à miséria. Ainda de acordo com o governo de São Paulo, será formado grupo de trabalho para estudar outros possíveis apoios.

As definições foram tomadas após uma sequência de críticas trocadas entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto. Eles divergiram sobre a oferta de ajuda. Cardozo afirma ter oferecido, desde julho, inteligência e transferência de presos. O secretário afirma não ter recebido proposta e diz que teve negado pedido de recursos na ordem de R$ 149 milhões para equipamentos.

Segundo a ministra da Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas, "a situação levou a presidente a telefonar e oferecer ajuda" ao Estado. Em conversa que não demorou muito, Dilma considerou importante ajudar a população de São Paulo.

Ataques. Desde o início do ano, já foram assassinados 88 policiais no Estado. Na manhã de ontem, a assessoria da PM-SP informou que até então já haviam sido identificadas 153 pessoas envolvidas em ataques a policias militares - desses, 116 foram presos, 12 estão mortos e 25 foragidos.

Os últimos assassinatos vitimaram dois policiais militares, que morreram após serem baleados no início da madrugada de ontem na favela de Heliópolis. Ao todo, 12 pessoas foram assassinadas ontem na cidade.
Ferreira Pinto afirmou que partiu da favela de Paraisópolis, também na zona sul, a ordem para que seis policiais militares fossem assassinados no Estado em maio e que teria dado início à atual onda de violência.

No mesmo dia, uma lista foi encontrada supostamente com nomes de policiais marcados para morrer. O documento foi localizado em uma casa na favela de Paraisópolis, com fotos e outras informações dos alvos. Mesmo sem confirmar que os nomes são de policiais, a PM confirmou que está investigando a hipótese.

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